A Doença de Sever (calcâneo apophysitis) é uma patologia muito comum em crianças entre 8 a 14 anos de idade. Neste período o osso do calcâneo está em desenvolvimento, ele cresce em duas partes que são ligadas por uma cartilagem, esta também chamada de “placas de crescimento”.
Essa doença causa dores muito fortes no calcanhar das crianças, além disso, existe uma frequência de dor na parte posterior do pé devido a uma inflamação na apófise do calcâneo (área responsável pelo crescimento do calcâneo) que acomete crianças e adolescentes que praticam atividade física com muita frequência.
Nem sempre a doença de Sever é bilateral (quando atingem ambos os calcanhares), 40% dos indivíduos que possuem o problema alegam a lesão em apenas um dos pés.
A doença de Sever também é conhecida como apofisite do calcâneo. Ela ocorre devido ao uso exacerbado do osso e do tendão do calcanhar em atividades físicas, gerando assim vários microtraumas na cartilagem que liga as duas partes dos ossos. Em alguns casos o calcanhar pode ficar inchado e sofrer um leve aumento de temperatura.
As causas da doença de Sever ainda são pouco conhecidas. Entretanto, é possível associar seu aparecimento ao crescimento da criança e quando a mesma costuma praticar exercícios de alto impacto.
Confira algumas das causas mais comuns associadas a patologia:
Como dito anteriormente, a doença de Sever causa muitas dores ao calcanhar da criança, principalmente se ela continua a praticar com frequência exercícios físicos.
A dor é mais localizada em toda a borda do calcanhar, ela pode causar uma alteração do padrão da marcha da criança, fazendo com que haja uma sobrecarga maior na parte lateral do pé. Tal alteração pode causar uma série de outras complicações.
Confira todos os sintomas desta patologia:
A complicação ainda pode se agravar caso o paciente não comece os tratamentos adequados. Podendo causar outros problemas como a limitação funcional, perda de flexibilidade e encurtamento muscular na parte posterior do membro inferior.
Para saber sobre o diagnóstico correto é recomendado procurar um médico especializado que irá indicar o tratamento adequado.
O diagnóstico é feito com base no histórico e manifestações clínicas apresentadas pela criança. Mas também podem ser realizados exames mais detalhados para um diagnóstico mais detalhado.
Para identificar a doença de Sever são realizados o ultrassom, o raio-x e a ressonância magnética. Estes exames são muito importantes para avaliar a gravidade da lesão.
A radiografia pode identificar um aumento na densidade óssea na projeção da apófise do calcâneo e o aumento de partes moles adjacentes. Já a ressonância pode indicar um edema na apófise do calcâneo, podendo se estender para a tuberosidade calcânea adjacente.
Sendo o caso de Doença de Sever, os tratamentos recomendados visam a redução do nível de atividade da criança e, se necessário, repouso e uso de anti-inflamatório (Diclofenaco ou Ibuprofeno, prescrito por médico). Além disso, é bastante indicado o uso de palmilhas ortopédicas sob medida.
As palmilhas irão redistribuir a pressão sob a planta do pé (retirando a carga do calcanhar), vão corrigir casos de pé chato, como também de hiperpronação, que contribuem para o mau amortecimento de impacto e o aparecimento da doença.
Além desses métodos, outros tratamentos podem ajudar a resolver o problema, como:
Quanto mais rápido forem iniciados os tratamentos para doença de Sever, mais rápida será a recuperação. Os tratamentos costumam ser muito efetivos no combate à doença, cerca de 85% das crianças voltam ao seu nível normal de atividades logo depois de dois meses.
Um fato importante é que mesmo após um bom resultado do tratamento, ainda existe uma probabilidade considerável da lesão reaparecer. Isso pode acontecer caso a criança volte a exercer pressões exacerbadas no calcanhar, entretanto, esse problema tende a ser resolvido depois dos 15-16 anos do indivíduo, idade em que os ossos já estão formados (final da fase de crescimento).
Vale lembrar que, sem o tratamento adequado, a Doença de Sever tende a piorar com o tempo e pode chegar ao ponto até de impossibilitar a realização de atividades simples, como caminhar ou até mesmo movimentar o pé.
Falando exclusivamente do tratamento fisioterapêutico, eles têm como finalidade o fortalecimento da musculatura, por meio de exercícios que desenvolvam a flexibilidade das pernas e dos pés. Conforme o passar do tempo, com esse tratamento, a criança consegue voltar aos poucos às atividades físicas regulares.
A fisioterapia também proporciona ao paciente o aprendizado de técnicas de posicionamento para caminhar e fazer as atividades diárias sem colocar pressão excessiva no calcanhar.
Em alguns casos, os médicos recomendam alguns exercícios durante a fase de reabilitação da doença de Sever. Eles são indicados duas ou três vezes ao dia quando não são nocivos ao tratamento do problema. Conheça mais sobre esses exercícios:
Reforço muscular dos gémeos
Fique em pé, apoiado numa cadeira, coloque-se em pontas dos pés. Desça lentamente até todo o pé apoiar no chão. Repita estes movimentos entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Alongamento dos gémeos
Fique em pé, com as mãos ao nível dos ombros apoiadas na parede. Coloque a perna alongada e esticada para trás, dobre à frente o joelho da outra perna, com as costas alinhadas e mantenha essa posição por 20 segundos.
Repita entre 3 a 6 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Os primeiros sinais de melhora com a realização do tratamento por fisioterapia costumam aparecer depois de uma semana. O paciente percebe uma redução da dor e inchaço local, o que possibilita a ele realizar quase todas as atividades básicas do dia-a-dia.
Nesse mesmo tempo ainda é recomendado ao paciente evitar a realização de atividades de alto impacto, para não causar uma regressão dos resultados do tratamento.
A melhora completa das complicações geradas pela doença de Sever, podem demorar entre algumas semanas até meses, tudo vai depender da gravidade do estado da doença, como também do grau e da velocidade de crescimento da criança.
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