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Última Atualização: 05 de setembro de 2021

Tendão de Aquiles

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O que é Tendão de Aquiles?

O nome original desse tecido é tendão calcâneo, mas é muito conhecido por tendão de Aquiles. O nome vem da mitologia grega, mais especificamente do mito de Aquiles. Na história, o semideus é protegido porque logo após nascer, sua mãe o mergulhou nas águas do rio Estige. Apenas a região do calcanhar não foi molhada, o que se tornou, posteriormente, o ponto fraco do guerreiro grego. Apesar de ser o ponto fraco de Aquiles na tragédia grega, esse tendão é um dos mais resistentes do corpo humano. Ele está localizado atrás do tornozelo e liga os músculos da panturrilha (tríceps sural) ao osso do calcanhar (calcâneo). Essa região é responsável por gerar força para impulsionar a passada e é muito requisitada durante as caminhadas.

CAUSAS DE DOR NO TENDÃO DE AQUILES

O Tendão de Aquiles é uma das áreas mais sujeitas a dor no pé, tanto para homens quanto para mulheres. O diagnóstico mais comum das dores no local é a tendinopatia de calcâneo. Porém muitas análises classificam essa doença, de forma errada, como tendinite de Aquiles.

A dor no local é causada por uma pressão excessiva e repetitiva no tendão. Quando a carga que ele recebe é maior que sua capacidade de absorção, esse tecido inflama, causando dores. Caso o quadro não seja devidamente tratado, as células do tendão e as fibras de colágeno começam a ficar desestruturadas, fator que estimula o desenvolvimento da doença crônica. A dor, nesses casos, pode surgir por conta do aumento de tração ou compressão do tecido. Veja algumas das causas mais comuns:

Sobrepeso
Uma das principais causas da tendinopatia de Aquiles é o sobrepeso. Estar acima do peso sobrecarrega tanto os pés quanto o tendão, o que obriga o tecido a trabalhar mais do que ele está acostumado;

Atividade Física
Quando os membros inferiores passam por estresse repetitivo, o tendão é tracionado excessivamente. Esse problema é muito comum em pessoas que ficam em pé por longos períodos, caminham bastante, fazem esportes de impacto como corrida ou saltam muito como os atletas de voleibol. Muitas vezes, as dores acontecem quando as pessoas alteram seus treinos repentinamente, forçando demais a musculatura da panturrilha;

Fraqueza Muscular
Quando os músculos estão fracos, o tendão passa a ser mais exigido. A falta de força do tecido muscular o impossibilita de suportar cargas e trabalhar totalmente com elas, o que intensifica a absorção de carga pelo tendão;

Encurtamento Muscular
Se a musculatura posterior da perna estiver tensa ou encurtada, a dorsiflexão – movimento em que a ponta do pé vai em direção a canela – é prejudicada. Essa ação é realizada repetidas vezes durante o caminhar, e caso o corpo não consiga executar, haverá uma sobrecarga no tendão, porque ele precisará dar conta de impulsionar o deslocamento.

Má absorção de carga
– Desalinhamento biomecânico: a pronação e supinação excessivas fazem com que o tendão de Aquiles fique desalinhado. Isso obriga a musculatura a forçar ainda mais o tendão para ter a mesma eficiência, o que sobrecarrega esse tecido;

– Calçado inadequado: calçados com pouco amortecimento e solado fino impulsionam a sobrecarga na parte frontal do pé, porque utilizamos menos o calcanhar nas atividades, como uma reação instintiva de proteção. Ao exigir mais da frente do pé, nós sobrecarregamos o tendão calcâneo.A Utilização constante de calçados com salto alto pode causar encurtamento da musculatura posterior da perna, oferecendo maior tração ao tendão calcâneo;

– Diferença de membros: quando alguém tem uma perna menor que a outra, é dito que essa pessoa tem “diferença de membros inferiores”. Essa desigualdade de membros é bem comum na população – até 1 cm pode ser discreta e não gerar consequências. Acima de 1cm pode gerar maiores desconfortos e, quanto maior for a diferença de membros, maior serão as dificuldades nas atividades diárias.

Tendinite X Tendinopatia
O termo tendinite se refere apenas a uma inflamação no tendão, o que também resultaria em dor e inchaço local. Porém, estudos mostram que a inflamação propriamente dita acontece somente nas fases iniciais, e que após o quadro de dor evoluir por algumas semanas, o tendão começa a sofrer modificações.

A pesquisa “The pathogenesis of tendinopathy – A molecular perspective”, evidenciou que, através de análises bioquímicas e microscópicas, a presença de lesão no tendão é acompanhada de um tecido de restauração. Os cientistas não descartam a presença inflamatória na membrana do tendão durante a fase inicial, porém acreditam que o nome tendinopatia é mais adequado para diagnosticar a dor na região após mais de 3 semanas. A tendinopatia de aquiles pode ocorrer de duas formas:

1) Tendinopatia de corpo do tendão: tendinopatia que acontece no corpo do tendão. Ocorre por excesso de tração no meio do tecido;

2) Tendinopatia de inserção: tendinopatia que acontece na região de inserção do tendão no osso. Resulta do excesso de compressão no tendão calcâneo.

Bursite retrocalcânea
Bursas são pequenas “bolsas” cheias de líquido que servem como amortecedores. Elas aliviam o atrito entre os ossos, tendões e músculos, protegendo nosso corpo contra possíveis danos. O processo inflamatório de uma bursa é chamado de bursite, e a inflamação da bursa localizada no calcanhar recebe o nome de bursite retrocalcânea;

Deformidade de Haglund
A Deformidade de Haglund é um crescimento ósseo anormal que acontece entre a pele do calcanhar e o Tendão de Aquiles. Geralmente, essa doença resulta do excesso de carga no tendão, muitas vezes por traumas, esforços repetitivos ou uso frequente de calçados inadequados que estimulam o processo inflamatório.

SINAIS E SINTOMAS DE TENDÃO DE AQUILES INFLAMADO

No tendão, os sinais e sintomas mais comuns são a rigidez articular (principalmente ao acordar), dor, inchaço, aumento de temperatura e espessura do tendão. Geralmente, as dores pioram com a atividade física e melhoram com o repouso. A dor tem caráter insidiosa, ou seja, começa aos poucos e vai evoluindo progressivamente.

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Tendão de Aquiles

No caso de uma tendinopatia não tratada, o tendão de Aquiles pode se romper, e a pessoa sente como se tivesse levado um chute ou até mesmo uma pedrada na panturrilha. Essa lesão é mais conhecida como “síndrome da pedrada”. Segundo o estudo “Effects of short‐term treatment strategies over 4 weeks in Achilles tendinopathy” essa é uma das principais patologias que reduzem a capacidade física no cotidiano e ao praticar esportes.

Ruptura do tendão de Aquiles
Quando o estresse no local é maior que a capacidade de absorção de carga do tendão, ocorrem micro rupturas das fibras, ocasionando a inflamação do tecido. Essa situação, quando recorrente, pode resultar na tendinose – lesão crônica do tendão, que está associada com o processo degenerativo. Isso acontece porque, caso exista sobrecarga e ela seja cíclica (sem que o tendão tenha tempo hábil para se reparar), ele começa a enfraquecer.

Além da ruptura por excesso continuo de sobrecarga, associada à tendinose, existe também a ruptura traumática. Ela acontece quando o impacto é tão intenso que rompe todas as fibras de uma única vez. Nesses casos mais graves, a lesão pode acarretar na perda das funções do tendão.

O excesso de treino e o uso frequente do salto alto são dois dos principais causadores das rupturas parciais. Já nas rupturas totais, a pratica súbita de uma atividade física que exija muito do tendão e a forte colisão de um objeto externo com a região são dois exemplos de traumas que podem ocasionar rupturas.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

Por ser uma área delicada, é preciso ter um pouco de paciência durante o processo de recuperação, caso contrário ele pode não ser tão eficaz. A principal recomendação é procurar um especialista que possa avaliar qual o tipo de pisada e de lesão. Assim, é possível diagnosticar o quadro e indicar os tratamentos certos de acordo com cada paciente. Além disso, algumas dicas podem ajudar a aliviar a dor no Tendão de Aquiles e a melhorar os sintomas. São elas:

– Palmilha: a palmilha é sugerida para realinhar a pisada e para conservar o tendão calcâneo alinhado, o que aumenta sua eficiência. Uma pequena elevação no calcanhar também faz com que a carga seja redistribuída para frente e alivie a tensão no tendão;

– Monitoramento de carga: não é indicado o repouso absoluto, pois a musculatura e o tendão precisam de estímulo mecânico para se manterem saudáveis. Deve-se readaptar a carga de atividade diária e atividade física, mantendo um limite que não cause dor. A procura por um exercício de menor impacto durante os episódios mais intensos de dor pode ser importante. Ainda assim, a presença de um treinador especializado é fundamental durante os treinos para correção dos movimentos e controle da dor;

– Exercícios: a pratica de exercício físico é fundamental para manter um estilo de vida saudável. Preservar a força e flexibilidade muscular da panturrilha ajuda a proteger o tendão de ficar exposto à sobrecarga. O tipo de exercício mais recomendado durante a fase aguda da lesão é o isométrico, porque ele aciona a musculatura, mas não realiza movimentos articulares;

– Crioterapia: é muito comum aplicarmos gelo para controlar as dores em regiões inflamadas. Isso porque o frio diminui a velocidade da condução nervosa e gera uma vasoconstrição local. Esse processo, juntamente à diminuição do metabolismo celular, provoca a diminuição do edema e, consequentemente, do processo inflamatório e da dor;

– Terapia Manual: técnica fisioterapêutica em que as mãos são utilizadas para procedimentos de mobilização, massagem, reeducação de movimento, estabilização articular, facilitação neuromuscular e fortalecimento;

– Dry Needling: é um procedimento muito conhecido como agulhamento a seco, em que se utiliza as mesmas agulhas da acupuntura. Diferentemente da técnica oriental que usa pontos para o reequilíbrio energético, o agulhamento vai direto no ponto de dor, e seu objetivo é aumentar o aporte sanguíneo e a oxigenação do tecido local. Quando aplicada na musculatura da panturrilha, ela relaxa a musculatura e diminui a tensão sobre o tendão;

– PRP – Plasma rico em plaquetas: técnica cada vez mais conhecida no tratamento de lesões musculares, tendíneas, cartilaginosas e de fraturas. Consiste na aplicação local de uma porção de sangue com alta concentração de plaquetas – células sanguíneas especializadas em cicatrização. Estudos recentes identificaram pouca diferença entre os resultados do Dry Needling em comparação com o PRP, apesar do último tratamento ter um custo bem mais alto, devido à separação dos componentes sanguíneos;

– Eletrotermofototerapia: forma menos efetiva de tratamento, porém podem ser utilizadas como auxiliar ao tratamento. São os recursos terapêuticos utilizados na fisioterapia que visam o controle da dor e inflamação através de aparelhos com princípios elétricos, térmicos e luminosos. Os mais conhecidos são a corrente russa, FES, infravermelho, laser, ondas curtas, TENS, ultrassom.

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CALÇADOS

Muitas vezes, os calçados podem desencadear dores na região do tendão de Aquiles. Quando muito apertados, podem comprimir o tendão contra o osso, o que aumenta a fricção local e a evolução de uma deformidade de Haglund, por exemplo. Calçados com solados finos e sem amortecimento também aumentam o risco de dor. Prefira sapatos com solados um pouco mais grossos e que protejam melhor a região do calcanhar.

O salto alto é um calçado muito usado pelas mulheres, no entanto, ele não é um dos melhores amigos dos nossos pés. O modelo altera completamente a biomecânica do corpo e o uso constante pode promover o encurtamento muscular da panturrilha. Contudo, a maneira de caminhar será adaptada, o que aumenta a tensão no tendão e, consequentemente, impulsiona a dor na região.

ESPORTES

A dor na região do tendão é muito comum em atletas, principalmente entre os que praticam atividades com muita corrida e salto. Em corredores, a incidência de dor no tendão de Aquiles é alta, muito por conta da sobrecarga. Muitos atletas acreditam que a dor faz parte do esforço físico saudável e insistem na prática mesmo estando com dor. Porém, continuar o treino nessas condições pode potencializar as lesões na região e nas articulações.

A interrupção do exercício físico pode não ser necessária caso a dor seja rapidamente tratada. Durante o tratamento da dor, é importante tomar mais cuidado com alguns pontos do seu treino: diminuir intensidade de treino, aumentar tempo de recuperação, procurar orientação especializada para correção de movimento, utilizar o tênis ideal para prática do exercício e utilizar palmilha para alinhamento de pisada. Essas são medidas simples e eficazes que podem ajudar a tratar e prevenir a progressão da patologia.

DICAS E CURIOSIDADES SOBRE O TENDÃO DE AQUILES

Para aliviar a dor e fazer com que o tratamento seja eficiente, é necessário:

– Manter-se em um peso adequado;

– Fazer alongamentos;

– Fazer atividades físicas com o auxílio de um profissional;

– Corrigir as alterações nos casos de pisada pronada ou supinada;

– Usar calçados com maior amortecimento e suporte.

Alongamento
Apoie-se contra uma parede, posicionando um pé um pouco mais a frente com o joelho flexionado e deixe o pé de trás alinhado e totalmente encostado no chão. Estique o joelho de trás e sinta a panturrilha esticar. Realizar 2 séries de 1 minuto em cada perna, 1 vez ao dia.

Relaxamento e analgesia
Aplique um saco de gelo na região dolorosa do tendão por 20 minutos seguidos. Essa técnica pode ser utilizada no final do dia ou no pós-treino, com o intuito de controlar a dor e a inflamação.

Fortalecimento da panturrilha
Fique na ponta do degrau posicionado com o calcanhar para fora. Estique as pernas para cima, ficando na ponta do pé e retorne para a posição original lentamente. Realizar 3 séries de 15 a 20 repetições, 1 vez ao dia.

Alongamento da panturrilha

Massagem
Massagear a região da panturrilha ajuda a aumentar a circulação local, relaxar a musculatura e, consequentemente, diminuir o tensionamento do tendão de Aquiles. Massageie sempre do calcanhar para cima, a fim de estimular o sistema linfático e ajudar na circulação sanguínea.

Alguns sites apresentam óleos naturais de alecrim, alfazema, mamona como tratamentos caseiros, porém não há comprovação científica da eficácia dos mesmos. Acredita-se que a sensação de alívio venha mais pela própria massagem do que pelo efeito químico da planta escolhida.

As dicas caseiras auxiliam no alívio de dor e não devem ser consideradas como tratamento único. Em caso de dor, procure um especialista para que ele indique o melhor tratamento a ser seguido.

PERGUNTAS FREQUENTES

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LINKS EXTERNOS

1) Achilles Tendon Injury | WebMD

2) Tendinite do tendão de Aquiles | Correr por prazer

3) Effects of short‐term treatment strategies over 4 weeks in Achilles tendinopathy | PMC

Mateus Martinez
Mateus Martinez
Atualmente é diretor de fisioterapia da Pés Sem Dor. É mestre em fisioterapia esportiva pela The University of Queensland, Austrália (2015). Especialista em Dry Needling (agulhamento a seco) pela Combined Physio Austrália. Graduado em fisioterapia na USP - Universidade de São Paulo (2011). É professor convidado da pós-graduação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Foi fisioterapeuta da equipe Vôlei Brasil Kirin (2013) e Medley Campinas (2011-2013). Foi professor de anatomia e patologia básica para curso técnico de radiologia da Escola Profissionalizante CETEP (2012-2013) e é sócio proprietário da Clínica LM Saúde. É co-autor de 6 estudos sobre saúde dos pés, possui mais de 170 artigos escritos sobre saúde dos pés no site da Pés Sem Dor e é criador de conteúdo no canal do Youtube da Pés Sem Dor, onde fala sobre saúde, bem estar e dores nos pés, tornozelos e joelhos para +160 mil inscritos. Profissional com registro no crefito: 162983-F
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