Obesidade infantil
A obesidade é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a maior epidemia de saúde pública mundial, atingindo tanto países desenvolvidos como países em desenvolvimento. Está associada às doenças crônicas que vêm afetando precocemente crianças e adolescentes. A sua origem tem diversos fatores com interação entre fatores genéticos, metabólicos, nutricionais, psicossociais, ambientais e as mudanças no estilo de vida.
Crianças obesas têm um maior risco de lesões em membros inferiores, como os pés, pernas, tornozelos e joelhos. Crianças com excesso de peso têm maior risco de sofrer fraturas, ao contrário do que acontece com pacientes adultos. Enquanto no adulto o elevado índice de massa corporal pode funcionar como um mecanismo de proteção contra traumas, na criança ocorre o oposto. Os pacientes obesos com fraturas do fêmur e da tíbia têm lesões mais graves.
A atividade física regular está associada a mudanças no estilo de vida e na composição corporal, sendo importante na promoção de saúde e prevenção da obesidade e de todas outras doenças crônicas a ela associada.
O efeito da atividade física aeróbica pode reduzir o colesterol das crianças e adolescentes, diminuição do peso e IMC, da pressão arterial, da frequência cardíaca e na prevenção do diabetes tipo 2.
A partir dos 2 anos de idade, as crianças devem praticar atividade física de intensidade moderada a alta, diariamente, por pelo menos 60 minutos. A atividade deve ser agradável, apropriada à idade do ponto de vista do desenvolvimento físico e emocional. Dar preferência a atividades aeróbicas. Caso não seja possível realizar a atividade física por uma hora consecutiva, procurar promover dois períodos de 30 ou quatro de 15 minutos.
Atividades por faixa etária
Pré-escolares (2 a 6 anos):
• Brincadeiras livres, divertidas e exploratórias supervisionadas por adultos;
• Os pré-escolares devem tomar parte em brincadeiras não organizadas e em superfícies lisas. As brincadeiras podem conter algumas variáveis e instruções como: identificar cores e formas e também correr, nadar, rolar, jogar e pegar, fazer caminhadas longas com os pais
• Sempre que possível evitar transportes sedentários, o que se aplica a todas as faixas etárias, e limitar o tempo de “tela” a menos de 2 horas ao dia.
Escolares (6 a 9 anos):
• Nessa idade já estão com habilidades motoras, visuais e equilíbrio mais desenvolvidos;
• Devem continuar a ser estimulados a atividades ao ar livre, mas já podem correr, dançar, pular, jogar bola ou outros esportes com regras simplificadas e flexíveis. Estimular que tenham tempo livre para essas atividades e enfatizar no prazer da atividade e não na competitividade.
Adolescentes (10 a 12 anos):
• Dar preferência a atividades físicas com foco em membros da família ou amigos e práticas que estimulem o desenvolvimento de raciocínio tático e a concentração;
• Podem participar de esportes mais complexos como futebol, basquete e vôlei. Ao escolher esportes de confronto e contato físico direto, deve-se levar em consideração a maturidade mais do que a idade cronológica da criança;
• Também estão autorizados a iniciar programas físicos com o uso de pesos desde que bem supervisionados e que os pesos sejam pequenos e os movimentos sejam repetidos várias vezes (15 a 20).
Adolescentes (acima de 12 anos):
Devem ser estimuladas as atividades preferenciais do adolescente e que envolvam seus amigos, para que não desistam. Podem optar por dança, ioga, corrida, ciclismo, esportes competitivos e não competitivos. Os esportes de colisão e contato devem se basear no peso, tamanho corporal e habilidade mais do que na idade cronológica.
Os treinos com pesos podem continuar e podem ser mais longos, com pesos maiores e com número menor de repetições à medida que o adolescente atinja a puberdade, observando que sejam realizados com técnica adequada. É importante ser avaliado por pediatra antes de iniciar musculação com objetivo de ganho de massa muscular.
Com a evolução tecnológica, crianças e adolescentes reduziram o tempo gasto em atividades com maior gasto energético, o que pode ter contribuído para o aumento da prevalência de obesidade nessa população. O tempo de lazer sedentário entre adolescentes, incluindo tempo em frente à televisão, vídeo game e computador, deve ser limitado a duas horas diárias, com o objetivo de evitar efeitos negativos no peso corporal e em outros desfechos de saúde.
É importante a mudança de hábitos familiares para resultados duradouros na prevenção e tratamento da obesidade. O acompanhamento multiprofissional com médico, nutricionista, educador físico é importante para orientações corretas e específicas para cada criança e adolescente no combate a obesidade.
Para entrar em contato com o Dr. Rafael Giannasi, acesse: http://www.pediatragiannasi.com.br/