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Última Atualização: 10 de outubro de 2024

Obesidade Infantil e Pé Chato: Pesquisa

 em Estudos e Pesquisas sobre Saúde dos Pés, Palmilhas: Soluções para Conforto e Bem-estar, Patologias: Doenças que Afetam os Pés, Saúde dos Pés: Cuidados e Prevenção de Dores

São Paulo – Uma pesquisa feita para a tese de doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) mostrou que a obesidade tem relação direta com a planificação do pé – formação conhecida popularmente como pé chato.

O levantamento foi feito com 81 pacientes classificados como obesos graves – com Índice de Massa Corpórea (IMC) maior que 40 quilos por metro quadrado (Kg/m²) e menor que 50Kg/m² – ou super obesos (com IMC maior que 50Kg/m²). Eles estavam na fila de espera para gastroplastia – cirurgia de redução de estômago – no ambulatório do Hospital de Base da Famerp.

Verificamos na análise do Raio X que 100% dos indivíduos tinham pé plano. Nós verificamos que teve uma associação da obesidade e da super obesidade principalmente em relação ao pé plano. Quanto maior o grau de obesidade na nossa população, maior o grau de planificação do pé, ou seja, maior o grau de pé plano, ou pé chato”, explica a fisioterapeuta Sonia Maria Fabris Luiz, autora da tese de doutorado ‘Impacto de Dois Níveis de Obesidade Grave sobre as Alterações Osteoarticulares e Funcionais de Joelho e Pé’.

Os participantes foram avaliados quanto à idade, peso e altura, para depois serem submetidos a exames específicos. O IMC do organismo é calculado a partir do peso da pessoa dividido pelo quadrado da altura. A pesquisa aplicou questionários nos pacientes para conhecer detalhes sobre os sintomas referentes ao joelho e aos pés.

O levantamento indicou que a maioria deles sofriam de dores no pé e nas articulações do joelho, o que afetava a capacidade de fazer atividades da vida diária, como subir e descer escadas, calçar sapatos ou fazer caminhada em lugares planos.

Muitos dos pacientes se referiam que eles desistiam de fazer uma atividade física regular em função da dor que sentiam no pé e na articulação dos joelhos, o que pode contribuir para um maior sedentarismo nessa população, o que agrava ainda mais a obesidade”, disse a especialista.

A pesquisa identificou também que 81,5% dos indivíduos analisados tinham algum grau de osteoartrite – doença degenerativa das articulações. No entanto, não foi possível estabelecer uma relação entre a obesidade e a doença.

Inflamações

Segundo o ortopedista Alexandre Leme Godoy, especialista em pés do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da FMUSP, deformidades, processos inflamatórios, lesões de ligamentos, fraturas, problemas neurológicos periféricos, enfim, qualquer alteração que leve a distúrbios da marcha pode gerar dores nas costas. “Os pés são a base de sustentação do corpo e justamente por isso deveriam receber mais atenção”, alerta.

De acordo com o ortopedista Fabio Ravaglia, presidente do Instituto Ortopedia & Saúde, de São Paulo, estimativas da Associação Americana de Pedicuros mostram que ao chegar aos 50 anos, uma pessoa normal, sem qualquer tendência esportiva, terá caminhado cerca de 120 mil quilômetros, o suficiente para dar quase 10 voltas em torno da Terra.

Os ossos dos pés são frágeis, mas unidos por tendões e ligamentos, tornam-se fortes como gravetos juntos em um único feixe. Porém, mesmo sendo resistentes, eles sentem o esforço”, reforça Ravaglia.

Entre os problemas que acometem os pés, alguns que parecem corriqueiros podem gerar muito desconforto na coluna. Um deles é o joanete.

Trata-se de uma deformidade do pé caracterizada pelo desvio lateral do primeiro dedo, associada a dores nas articulações e a um levantamento do osso na região. O problema pode levar a alterações no caminhar e ainda causar dores na coluna”, afirma Godoy.

O tratamento depende do grau de deformidade e da dor do paciente. “Palmilhas são paliativos para amenizar a dor. Em casos graves, o mais recomendado é a intervenção cirúrgica”, diz Ravaglia. Um dos métodos cirúrgicos para acabar com a deformidade é a técnica de Chevron. Mas após o procedimento, a pessoa deve tomar outros cuidados, especialmente em calçar sapatos confortáveis, para que a marcha volte a se estabilizar e as dores nas costas causadas pela pisada desapareçam.

Veja mais detalhes sobre joanete e palmilhas no site da Pés Sem Dor, clicando aqui.

FONTE: http://www.d24am.com

Mateus Martinez
Mateus Martinez
Atualmente é diretor de fisioterapia da Pés Sem Dor. É mestre em fisioterapia esportiva pela The University of Queensland, Austrália (2015). Especialista em Dry Needling (agulhamento a seco) pela Combined Physio Austrália. Graduado em fisioterapia na USP - Universidade de São Paulo (2011). É professor convidado da pós-graduação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Foi fisioterapeuta da equipe Vôlei Brasil Kirin (2013) e Medley Campinas (2011-2013). Foi professor de anatomia e patologia básica para curso técnico de radiologia da Escola Profissionalizante CETEP (2012-2013) e é sócio proprietário da Clínica LM Saúde. É co-autor de 6 estudos sobre saúde dos pés, possui mais de 170 artigos escritos sobre saúde dos pés no site da Pés Sem Dor e é criador de conteúdo no canal do Youtube da Pés Sem Dor, onde fala sobre saúde, bem estar e dores nos pés, tornozelos e joelhos para +160 mil inscritos. Profissional com registro no crefito: 162983-F
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